terça-feira, 3 de março de 2015

Acesso ao Pirate Bay proibido em Portugal

Acesso ao Pirate Bay proibido em Portugal
Decisão inédita após providência cautelar apresentada pela Gedipe e a Audiogest
Texto de PÚBLICO • 03/03/2015 - 11:12


Lendo atentamente esta (triste) noticia, entendo que estamos a retroceder para tempos que os nossos pais eliminaram no dia 25 de abril de 1974. Data a partir da qual a grande maioria dos portugueses puderam livremente ter acesso há educação, conhecimento, tecnologia, etc...  .

Isto porque, não deixando de dar razão à Gedipe e Audigest pelos seus direitos e defesa dos seus associados, a oportunidade e o “timing” desta providencia cautelar não foram os melhores.

Não foram os melhores porque, sabendo todos nós que devido aos entraves e à conjetura económico/financeira que o país atravessa, em que milhares de portuguesas e portugueses se encontram numa situação difícil no espectro sócio/económico/financeiro , em que muitas famílias têm dificuldade para adquirir os bens mais elementares para a sua sustentabilidade , não me parece justo estarem a tirar-lhes o direito de serem informados , de lhes tirarem o meio pelo qual, neste momento difícil que o país e as famílias atravessam,  ser aquele onde as pessoas adquirirem conhecimentos, contatos com outras culturas e tecnologias entre muitas outra atividade lúdicas. Tudo isto sem que haja lugar a qualquer outra transação menos licita ou de lucro financeiro. Só e somente a partilha de ficheiros entre pessoas livres. Eu, e muitos portugueses e portuguesas partilhamos este mesmo sentimento de liberdade e de direito ao conhecimento Universal deste nosso mundo globalizado que se encontra à distância de um “clik”. Não querendo voltar ao tempo dos nossos avós onde por via das dificuldades financeiras e das políticas seguidas pelo antigo regime as cidadãs e cidadãos deste nosso amado país à beira mar plantado tenham forçosamente de ficar privados dos mesmos, sabendo que o conhecimento é a base fundamental para o desenvolvimento e enriquecimento sustentável de um país e de seu povo.

Eu não estou a ver, nem a perspectivar que no futuro próximo o Estado, a Gedipe e a Audigest encontrem uma solução digna para reverter esta situação, reduzindo o valor dos impostos diretos e indiretos, no caso do Estado, e reduzindo significativamente o custo de venda (antes de impostos) por parte dos interlocutores desta providencia cautela, dos seus produtos, bens e serviços. 


 Arlindo Oliveira